ZoyaPatel

Ana Spalter lança “Coisas Vêm e Vão”: um retrato poético do crescimento

Mumbai

Divulgação / Ana Spalter por Giuliana Orlando
 

Crescer nunca é simples. Entre a ingenuidade do começo, a dureza dos choques com a realidade e a aceitação do inevitável, cada etapa do amadurecimento traz sentimentos que se entrelaçam. É nesse cenário que a cantora, compositora e multi-instrumentista Ana Spalter apresenta seu primeiro disco, Coisas Vêm e Vão, lançado em 19 de setembro com distribuição da Tratore.

O álbum reúne dez faixas que refletem a busca por lugar no mundo, a nostalgia da infância e os altos e baixos das relações. Produzido por Betão Aguiar, o trabalho conta ainda com colaborações de artistas da nova cena paulistana, como Francisca Barreto, Fernanda Ouro e Luiza Villa, e arranjos construídos em parceria com a banda formada por Leo de Braga, Pedro Petrucci, Johnny Accetta e Mike O’brien.

Ana revela que o disco nasceu de anos de pesquisa e vivências: “Passo muito tempo refletindo sobre as relações — com o tempo, a natureza, os outros e comigo mesma. Nada mais verdadeiro que registrar isso nas músicas.”


Capa do álbum /  Ana Spalter por Giuliana Orlando


Um disco construído no tempo

O processo de Coisas Vêm e Vão começou há anos. Canções como Café foram escritas em 2021 e se transformaram ao longo do tempo com novos arranjos. O repertório carrega a influência da MPB (Rita Lee, Milton Nascimento, Clube da Esquina), mas também dialoga com o jazz, universo que Ana explorou na faculdade de música.

O resultado é uma narrativa de vida, organizada como um quebra-cabeça em que cada faixa ocupa um lugar essencial. Para Ana, até a ordem das músicas foi pensada como parte do percurso: uma linha que costura infância, descobertas e amadurecimento.

{getCard} $type={post} $title={Leia Também!}

Faixa a faixa

O disco abre com Aprendiz, uma reflexão existencialista em forma de canção, que conta com as vozes de Luiza Villa e Fernanda Ouro. Já Criança Poeta, com Francisca Barreto no violoncelo, traz a nostalgia da infância e foi inspirada por Milton Nascimento.

Outro Lugar bebe da bossa nova para retratar desilusões; Café descreve, em imagens cotidianas, a saudade de um amor; enquanto Acrobata mistura frevo e paisagens circenses em uma narrativa ousada.

Na sequência, Bobagem se apoia no samba e no funk para falar de vingança em tom de brincadeira. Quintal evoca memórias de infância e saudade do Brasil; Privilégio Meu aborda a dor da solidão adulta com ironia.

Por fim, a faixa-título aparece em duas versões: uma introdução a cappella e uma gravação completa com banda. É a música que iniciou o projeto e, simbolicamente, o encerra.

Um retrato do amadurecimento

Mais do que uma estreia, Coisas Vêm e Vão é um álbum que condensa o amadurecimento de Ana Spalter. É lúdico em sua narrativa, sofisticado nos arranjos e direto em sua poesia.

“Tenho muito orgulho dos arranjos e do que conseguimos construir coletivamente. Quero que as pessoas se identifiquem com as músicas, que criem memórias próprias a partir delas”, explica a artista.

Assim, entre versos de descobertas e despedidas, o disco traduz um ciclo contínuo: tudo vem e vai, mas é no compartilhar das histórias que seguimos em movimento.

Divulgação / Ana Spalter por Giuliana Orlando


Ahmedabad