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Maurício Pazz celebra ancestralidade e fé em seu álbum de estreia, Afã e Fé

Mumbai
<a target="_blank" href="https://www.google.com/search?ved=1t:260882&q=Maur%C3%ADcio+Pazz&bbid=7919908631270310645&bpid=2470339746249512772" data-preview>Maurício Pazz</a> lança “Afã e Fé” — um mergulho em ancestralidade e musicalidade afro-diaspórica

Foto: Instagram / @mauriciopazzmusic
 

Demorou, mas chegou. Depois de lançar faixas soltas desde 2021, Maurício Pazz apresenta o álbum que dá forma ao seu universo musical. Afã e Fé saiu nesta quinta (16) e marca a estreia do artista em grande estilo — um projeto que costura ancestralidade, espiritualidade e identidade afro-diaspórica em 13 faixas cheias de vida e sensibilidade.

Maurício se define como um alquimista das sonoridades negras. E é assim que o disco se constrói: com cuidado, intuição e entrega. O “afã”, segundo ele, é esse impulso do fazer — o gesto de quem cria com presença. Já a “fé” vai além de religião. É energia, confiança, o que move mesmo quando nada é certo. Nesse ponto de encontro entre o visível e o invisível, ele transforma o ato de compor em meditação.

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Inspirado por uma frase de Gilberto Gil — “a proteína da graça divina não está na doutrina, mas na meditação” —, Maurício faz da música uma forma de oração. Afã e Fé soa como um espaço de escuta e travessia: atravessa Brasil, Angola, Cabo Verde, Mali, Jamaica, Congo e Cuba, cruzando ritmos, memórias e corpos.

Logo nas primeiras faixas, “Negro Movimento” e “Sobrevoar”, ele evoca o poder do movimento negro e o ato de imaginar como resistência. Em “Quilombaque”, celebra os quilombos urbanos e as comunidades que mantêm viva a cultura popular. Já “Espiral da Memória” acende a lembrança de artistas e mestres que moldaram sua caminhada. Faixas como “Para Bonga e Bogum” e “Primeiro de Janeiro” mergulham em religiões de matriz africana, nas batidas do candomblé e no toque que pulsa ancestralidade.

Um dos momentos mais bonitos do disco vem com o trompetista Walmir Gil, referência na música instrumental brasileira e presença fundamental em seis faixas. Para Maurício, é mais que parceria — é símbolo de afeto e respeito:

“Ver o Gil pelas ruas do Bixiga sempre foi um lembrete de dignidade e elegância. Ele é uma referência de humanidade e de música”, conta.

Afã e Fé é sobre reencontro. Sobre reconectar o corpo à memória e transformar som em cura. Um disco que não pede pressa — convida à escuta, à pausa e à fé.

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