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Poster do filme Pobres Criaturas
Pobres Criaturas (2023)
4.5/5

Direção: Yorgos Lanthimos • Duração: 2h 21m

Drama • Fantasia • Ficção Científica

Uma fábula estranha, viva e sempre em mutação. "Pobres Criaturas" acompanha Bella Baxter num percurso de descoberta, liberdade e caos — um experimento de gênio e monstruosidade que atravessa cidades, desejos e limites morais.

Gênero: Fantasia • País: USA
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“Pobres Criaturas” é aquele tipo de filme que te pega desprevenido. Você senta, achando que vai ver “mais um”, e de repente está ali… meio torcendo o nariz, meio fascinado, tentando entender por que tudo soa tão exagerado e tão real ao mesmo tempo. É Lanthimos sendo Lanthimos — só que mais solto, mais colorido, mais absurdo ainda.

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A jornada da Bella Baxter é quase um tropeço contínuo para frente. Ela anda, observa, fala com um ritmo quebrado, como alguém que acabou de descobrir o mundo (porque, de certa forma, é isso). E é bem por aí que o filme funciona: nada é encaixado demais, nada é redondinho. A narrativa vai abrindo e fechando do jeito que quer, quase como se estivesse improvisando enquanto corre.


A estética… bem, essa parte quase rouba o filme. Tem cenas que parecem pinturas que decidiram se mexer. Cores demais, gestos demais, tudo exagerado, teatral, mas nunca gratuito. Dá pra sentir que cada exagero aponta alguma coisa — nossos próprios absurdos, talvez, ou o jeito meio torto como a gente tenta ser “adequado”.

E aí vem o humor, aquele humor estranho, desconfortável, que te faz rir e repensar por que riu. O filme dança entre crítica social, fábula moderna e teatro absurdo, sem pedir desculpa. E Bella, no centro de tudo, vira essa força bruta de descoberta, liberdade e… caos, principalmente caos.

No fim, “Pobres Criaturas” não é exatamente um filme para “gostar”. É mais um filme para sentir passando, batendo, arranhando um pouco. E quando termina, você percebe que alguma peça virou ali dentro — nada monumental, só o suficiente pra mexer no olhar. Isso já basta.