Luana Fernandes lança “Fera Ferida”, faixa que mistura ancestralidade, eletrônica e espiritualidade, antecipando o EP “Fêmea Fera”, previsto para 2026
Foto: Roberta Odara / Divulgação 

Há canções que nascem como um grito, outras como um sussurro. Fera Ferida, novo single de Luana Fernandes, parece nascer dos dois. É uma faixa de coragem e entrega — mistura de reza, confissão e batida.

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Produzida por Murilo Lourenço, a música abre o ciclo do EP Fêmea Fera, previsto para o início de 2026. O som carrega tambores, sintetizadores e uma intensidade que pulsa entre o eletrônico e o orgânico. É o tipo de faixa que não tenta agradar: ela se impõe.

Luana chama o estilo do novo trabalho de Afrogaze — uma fusão de ancestralidade, shoegaze e música eletrônica. A voz dela se dobra, se multiplica em efeitos e reverberações, criando uma espécie de paisagem espiritual onde o sonho e a terra se encontram.

Fera Ferida surgiu quando precisei encarar minhas próprias sombras, sem disfarce, sem medo. Transformei o caos em catarse e o sofrimento em força criativa, explica a artista. É assim que a canção se torna um rito — uma maneira de transformar dor em movimento.

Há ecos de Xênia França, Jadsa, Papisa, Aurora e Letícia Fialho, mas Luana habita um território próprio, onde a emoção e a política caminham juntas. “O canto é reza, o corpo é templo. É sobre reivindicar o direito da mulher de sentir e se curar”, afirma.

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O visualizer, dirigido por Roberta Odara (ânimaLAB.), traduz essa jornada em três atos. No primeiro, o vermelho domina — sangue, força, fúria. Depois vem o verde, cor da cura e da reconexão, cercado por ervas, cristais e incensos. No último, Luana aparece ao lado de uma pantera negra criada por IA, símbolo da mulher que se olha no espelho e se reconhece inteira.

Com “Fera Ferida”, Luana Fernandes dá forma a um som raro: espiritual e contemporâneo ao mesmo tempo. Um feitiço em forma de música, feito pra quem precisa lembrar que feridas também florescem.