A cantora, compositora e produtora Ludom inaugura uma nova etapa da carreira com o lançamento de seu segundo álbum de estúdio, “Ludom”, disponível nas plataformas digitais desde de quarta-feira, 5 de novembro, pelo selo Toca Discos (braço fonográfico da Toca do Bandido) e distribuição da Universal Music.

Antes conhecida como Luciane Dom, a artista renasce sob o novo nome artístico, condensando nessa transformação toda sua jornada pelo Brasil e pelo mundo. O disco de 11 faixas costura MPB, hip-hop, gospel e afro-jazz em um som afro-diaspórico e pop, que reflete seu percurso entre turnês no Canadá, Chile, Colômbia e Estados Unidos, e o desejo de firmar raízes mais fortes no cenário nacional.

Com produção coletiva de Felipe Rodarte, Ilarindo, Ludom, Rodrigo Ferrera e Theo Zagrae, direção artística de Constança Scofield e participação especial de Bia Ferreira, o álbum é um mergulho nas emoções, fragilidades e resistências da artista. “Eu quis falar sobre algo mais sensível, emocional, que tivesse textura e profundidade”, explica Ludom sobre o processo criativo.

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As letras abordam temas como fim de ciclos, esgotamento mental, relações e injustiças sociais, sempre com uma sinceridade que se transforma em força. “Esse disco nasceu num momento em que eu estava lidando com o fim de ciclos pessoais e profissionais, e precisei aprender a ser franca comigo mesma”, conta.

Para Ludom, a vulnerabilidade é uma forma de resistência. “O mundo espera da mulher negra uma força quase inumana, e eu quis falar das brechas”, reflete. Essas “brechas” revelam falhas e cansaços, mas também potências, ancestralidade, amor e política — pilares de um trabalho que propõe existir com sensibilidade em um mundo cada vez mais endurecido.

Batizar o álbum com o próprio nome é uma afirmação simbólica. “Agora tudo cabe. Ludom é essa síntese: mais direta, mais presente do meu eu”, afirma. O disco representa um renascimento artístico e pessoal — de quem já viajou, aprendeu e agora pousa com firmeza onde quiser.

Entre os destaques, estão “Toda Intensa”, que abre o álbum com a frase “Toda intensa eu sou / Meio covarde eu já fui”, e “Calôbaixô”, um R&B sensual sobre o desejo de calma. Já “Eu Vi na TV” e “As Coisas São” reforçam a veia crítica da artista, com reflexões sobre desigualdade e resistência, esta última com a força da participação de Bia Ferreira.

Outras faixas como “I Shrug” e “Can’t Hide” (ambas em inglês) exploram a solidão e a introspecção em tempos de incerteza, enquanto “Rosa de Lótus” encerra o disco como um hino de renascimento, ecoando a força e a delicadeza que permeiam toda a obra.

Com “Ludom”, a artista reafirma que ser vulnerável também é ser potente — e que o verdadeiro poder está em existir plenamente, com tudo o que se é.