Foto: Fernanda Corsini / Divulgação
 

Com uma sonoridade pop com toques de indie melancólico, a cantora e compositora Marela transforma vulnerabilidade em força no novo single Juventude Frágil, que chega às plataformas nesta sexta-feira (14). A faixa é um retrato delicado — e ao mesmo tempo firme — sobre as dinâmicas desiguais que marcam muitos relacionamentos entre homens mais velhos e mulheres muito jovens, trazendo à tona um tema que, embora comum, raramente é tratado com tanta sensibilidade artística.

“Essa música fala sobre um tipo de relacionamento muito comum no fim da adolescência e início da vida adulta: quando mulheres mais jovens acreditam ter o controle, mas há uma dinâmica de poder ali”, explica Marela. Escrita aos 21 anos e gravada em Belém do Pará, a faixa é uma das mais antigas de seu repertório e agora ganha vida em nova versão, aos 31 anos da artista. A canção também integra o álbum de estreia Aqui, previsto para dezembro, encerrando simbolicamente o ciclo do disco.

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Com produção de Marcel Barretto, “Juventude Frágil” traz uma atmosfera introspectiva e emocional, marcada por uma estética que mescla pop alternativo e influências de rock suave. É uma canção que soa como o fim de uma madrugada — um momento em que a calma e a reflexão se misturam ao cansaço emocional. “Ela fecha o álbum como alguém que decide dormir às três da manhã, porque já está muito tarde. É o instante em que a gente precisa encarar o próprio reflexo e seguir em frente”, comenta a artista.

O projeto “Aqui” é estruturado como um relógio emocional, em que cada faixa representa uma hora do dia — do amanhecer à noite profunda. Nesse contexto, “Juventude Frágil” assume o papel de encerramento, quando o silêncio revela o que antes era ruído.

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Visualmente, o single reforça os símbolos que permeiam o universo do álbum: o coração em chamas, que representa a intensidade dos sentimentos contidos, e o projetor, metáfora do ato de se enxergar através do outro. São imagens que se conectam ao tema central do disco — o autoconhecimento, o desejo e as relações de poder.

Com influências que vão de Gilberto Gil a Clairo, passando por Marisa Monte, Maria Gadú e Natalia Lafourcade, Marela consolida em “Juventude Frágil” sua assinatura artística: letras sinceras, arranjos delicados e uma voz que traduz, com honestidade, o que é viver e sentir no tempo presente.

Em um mundo em que o amor e a desigualdade ainda coexistem, Marela canta o feminino com coragem, maturidade e beleza — e convida o ouvinte a olhar de frente para as próprias vulnerabilidades.