Fred Demarca e Roberto Didio encantam com 'A Cabeça', segundo álbum do cantor
Fred Demarca e Roberto Didio celebram parceria artística em 'A Cabeça', segundo álbum do cantor, transitando entre samba e canção contemporânea.
A Cabeça
Demarca, Roberto DiDio
Pietá
Lucas dos Prazeres
Paulo Tó
Fred Demarca lança, em parceria com Roberto Didio, seu segundo álbum, A Cabeça, lançado no dia 30 de outubro de 2023. O trabalho celebra a união artística entre os dois músicos, que rapidamente transformou-se em cumplicidade criativa, resultando em dez faixas inéditas que transitam com naturalidade entre o cancioneiro brasileiro, o samba e a canção contemporânea.
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A direção musical ficou por conta de Demarca, Didio e João Camarero, enquanto a percussão geral coube a Marcus Thadeu e o cavaquinho de Ana Rabello, companheira de Didio, marca presença em quatro faixas. O disco também se destaca pela força vocal: Ilessi e Diogo Mirandela dividem protagonismo em momentos estratégicos, e o coro formado por Luísa Lacerda, Nívea Magno, Miguel Rabello e Muato amplia a densidade e a emoção do trabalho.
A gênese de A Cabeça mistura acaso e ousadia. O que começou como uma troca informal transformou-se em uma parceria de grande valor para o músico, integrante da banda Pietá desde 2012, junto a Juliana Linhares e Rafael Lorga, consolidando sua presença na cena independente brasileira.
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Faixa a faixa
A faixa "A Cabeça" é um manifesto sobre escolhas e contradições. Para Didio, trata-se do “passo onírico do homem na vereda das contradições”; para Demarca, é o reconhecimento de que “a cabeça, dona dos nossos caminhos, tem o poder de transformar cenários ao nosso redor”.
"Alguém Sonhando?" é um samba que questiona a velocidade do mundo contemporâneo. Didio evoca “a praça onde ninguém mais observa”, enquanto Demarca enxerga a canção como um chamado para não desistirmos de sonhar.
"Daquela Voz" funciona como homenagem a Milton Nascimento; Didio fala em “brisa misturada, soprada para falar de alguma força inexplicável”, e Demarca a define como “um agradecimento em forma de canção” à voz que marcou gerações.
"Cecília Santa" inspira-se nas cantorias de procissão, celebrando a fé como cuidado coletivo. Didio a vê como “fonte salvadora”, e Demarca ressalta o sincretismo que atravessa o Brasil.
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"Rosa Pequena", com participação de Ilessi, denuncia o abismo social do país e exalta a força de quem escreve a própria história. Didio descreve como “veneno especial”, enquanto Demarca a vê como canto de resistência.
"No Mistério" reflete sobre memória e finitude; Didio a enxerga como lampejos da constelação da memória, e Demarca a define como “o instante do grande mistério: o último suspiro”. "Que vai Além" é um samba íntimo, pensado para transcender o ouvinte; Demarca sintetiza: “se meu samba tocar alguém, mesmo que seja uma alma só, já foi além”.
"Do Túnel pra Cá" é tributo ao subúrbio carioca, berço de ambos os compositores. Didio a chama de “declaração de amor ao território do parceiro”, enquanto Demarca lembra da saudade dos domingos de samba no Andaraí.
"Pois é, Artista" surge como crítica à vaidade e ao poder no fazer artístico. Didio questiona “o caos das relações de poder”, e Demarca evoca Mauro Duarte: “não adianta estar no mais alto degrau da fama com a moral enterrada na lama”.
Por fim, "Zaragateira" foi feita para arrastar os móveis da sala; Didio a vê como “provocação de ordem, festejo que ocupa os espaços”, e Demarca define como “catarse brasileira”, um samba que toma tudo o que vem pela frente.
Com A Cabeça, Fred Demarca e Roberto Didio consolidam uma parceria sólida e sensível, resultando em um álbum que mescla tradição e contemporaneidade, reafirmando o talento de Demarca e seu espaço na música independente brasileira.
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