Borabaez libera o single “Êtá, Viu!”, com participação de Anastácia, abrindo caminhos para o EP Mores & Desamores.
Foto: Analu da Bahia / Divulgação

Chegou — meio no susto, meio na ginga — o novo single do Borabaez. “Êtá, Viu!” aterrissa nas plataformas e, com ele, aquela sensação de que a dupla está entrando numa fase diferente, mais íntima, mais direto-ao-ponto. A música, que abre alas para o EP Mores & Desamores (previsto para meados de 2026, via edital da SECULT-ES), já chega falando alto: suingue na medida, humor daqueles de respiro e, por trás disso tudo, um tema sério, que muita gente ainda tem dificuldade de nomear — a violência psicológica contra mulheres.


A faixa foi escrita por Karola Balves e Maria Gabriela, produzida por Henrique Paoli e costurada com elementos de Arrocha e Pagodão, mas sem medo de brincar com synths, cordas e percussões que deixam a coisa mais quente, mais viva. Dá pra sentir que o arranjo não tenta ser perfeito — ele quer ser sentido.

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Karola explica a espinha dorsal da letra quase como quem desabafa: relações onde o abuso não grita, mas corrói. “É aquele tipo de companheiro que te diminui, que não quer te ver crescer”, comenta. Um estalo, um “pera aí, o que eu tô fazendo aqui?”. E, claro, a importância de ter uma amiga por perto, porque nem sempre dá pra perceber tudo sozinha — e isso salva.

Falando em amigas, “Êtá, Viu!” traz a participação da capixaba Anastácia, que divide os vocais com Karola numa sintonia bonita, crua. Balves não esconde o carinho: “Ela é uma rainha do norte do Espírito Santo, radicada no samba, super versátil. Somos fãs. Ter ela aqui é uma honra”.

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O duo, conhecido por “Retuita” (2020) e “Apocalíptica” (2023), dá sinais claros de que 2026 vai ser movimentado. Mores & Desamores promete mergulhar em territórios menos amplos e mais sentimentais. Depois de anos tratando de sustentabilidade, território e pertencimento, agora a bússola vira para dentro — sem perder o alcance universal.

“É amor e é desamor”, resume Karola. “Porque as duas coisas acontecem. E, com tudo ficando mais pesado no mundo, a gente acha importante trazer esse respiro, pensar o amor como chegada… ou partida.”