Arthur Prestes chegou com Quando Me Chamar, e a sensação é que ele abriu uma porta que já estava ali faz tempo, só faltava alguém girar a maçaneta. Depois de “Desejo” e “Um Pouco Mais de Ti”, o artista de 27 anos parece ter encontrado um caminho mais solto dentro do próprio pop — um pop que olha de lado para os anos 2000, mas sem tentar imitar nada ao pé da letra. É mais sobre atmosfera, memória, pequenas fagulhas que a gente reconhece.

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O single nasceu nos estúdios do Nossa Toca, em Balneário Camboriú, e carrega um clima meio íntimo, meio elétrico. A música fala daquela relação que está ali no limiar: duas pessoas se curtindo, se aproximando, mas evitando se entregar por completo. Uma dança curta, um jogo quase invisível. A faixa tenta traduzir isso sem tanto floreio — um momento que não precisa de definição, só de presença.

Musicalmente, a faixa puxa guitarras que entram na frente sem pedir desculpas, um beat que segura a onda e um baixo que empurra tudo para frente, mantendo a tensão certa para o refrão explodir. Tem também aqueles vocalizes em camadas, quase como névoa, criando textura e destacando a interpretação de Arthur, que vem carregada de emoção, mas sem exagero. É um pop rock com um quê de balada, mas também com cara de música urbana, jovem, um pouco ácida, um pouco leve.

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O resultado é uma faixa que parece conversar com a nostalgia sem ficar presa a ela. Um som que cabe tanto no fone, na introspecção do quarto, quanto em um palco maior, daqueles que fazem a voz ecoar e ganhar outra dimensão. Dá para sentir Arthur mais seguro, mais consciente do que quer propor — e isso aparece na maneira como tudo soa coeso e despretensioso ao mesmo tempo.

Com Quando Me Chamar, Arthur Prestes reforça o que já vinha insinuando: é uma voz nova, mas com algo próprio, algo que foge do previsível. E isso, no pop, costuma fazer diferença. O single já está disponível em todas as plataformas digitais.