Pedro lanches / Divulgação

Miopia chega com um frescor meio inquieto, daqueles que anunciam mudança antes mesmo de você perceber. pedro lanches, o músico sul-matogrossense que adotou São Paulo como casa, soltou “miopia”, faixa inédita que se desprende do universo de veio sem maionese e indica que o próximo capítulo vai vir com outra textura, outro peso, outra coragem.

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A música saiu nessa quinta, 27/11, pelo selo Matraca Records, e já aterrissou nas plataformas como quem abre a porta sem pedir permissão. É pedro, mas um pedro mais ousado — arriscando mais nos timbres, nas camadas, no jeito de costurar as emoções dentro do arranjo. Ainda tem o esqueleto indie rock que move sua identidade, claro, mas agora com um impulso experimental, quase instintivo.

E esse sopro novo não é por acaso. “A dinâmica das coisas mais novas vem muito das nossas experiências ao vivo enquanto banda”, ele conta. O palco virou laboratório. Os testes acontecem com público, som alto, risco real. A banda — Pedro Zurma, Guido Almeida, Leonardo Sardela e Lucas Anderson — funciona como engrenagem coletiva. E “miopia” já nasce com essa energia de show, de música respirando em tempo real, imaginada com olhos voltados para o palco.

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O single também dá sequência ao ritmo acelerado de lançamentos e shows que pedro tem vivido nos últimos meses. Além de rodar o Brasil com o repertório do primeiro disco, vieram “eu me lembro de tudo” e “tatuagens escondidas”, criando uma ponte entre a fase anterior e o que está chegando agora.

Mas, no fim, é “miopia” que marca o ponto de virada mais visível. “No disco eu tava testando muita coisa. Hoje eu tenho mais certeza de pra onde seguir, de como minha voz soa, do que eu alcanço e do que eu não alcanço”, ele diz. E essa segurança aparece nos detalhes: nas texturas moduladas, nos timbres que se acumulam devagar, na forma como as camadas crescem sem esmagar o espaço entre elas. Tudo soa mais consciente, mais decidido.

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A letra acompanha essa rota. O eu-lírico tenta enxergar melhor o próprio caos — expectativas confusas, nostalgias insistentes, emoções que batem tortas. É sobre apertar os olhos diante do mundo pra ver se, de algum jeito, o contorno das coisas fica menos borrado. E esse esforço vira música: uma mistura de confusão, sensibilidade e aquele impulso meio triste, meio luminoso, de quem tenta encontrar alguma clareza dentro da própria névoa.

 “miopia” é isso: um pequeno passo para fora do lugar onde pedro estava, e um salto enorme para o lugar onde ele quer chegar. Uma faixa que aponta futuro — um futuro mais arriscado, mais consciente, mais dele.